Cidade do Vaticano (RV) - Quando alguém se entrega a Deus e vive plenamente essa entrega, não só é feliz, plenamente feliz, mas partilha essa felicidade com outros. Esse é o caso de Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica.
Predestinada a ser santa, desde sua criação por Deus, mesmo sendo fruto de uma relação fora do matrimônio e sequer tenha conhecido seu pai. De fato, Deus não faz acepção de pessoas – sua graça opera onde e quando quer.
A origem de Nhá Chica está marcada pela busca de Deus, através da oração e também pela opressão e violência que fazia parte da vida da mulher negra. Sua avó, Rosa de Benguela, trazida de Angola em um navio negreiro, foi violentada pelo seu senhor e, mais tarde, começou a participar da liturgia e a freqüentar os ofícios divinos na região mineira. Ao mesmo tempo era pródiga com os necessitados. Izabel Maria, sua filha e mãe de Nhá Chica, a gerou de um pai desconhecido e teve profundas convicções religiosas. Antes de morrer soube dar à filha um conselho iluminado: dedicar toda sua vida à caridade e à oração, vivendo como leiga.Francisca, órfã desde os dez anos, jamais esqueceu o conselho materno. Por outro lado, seu irmão, Teotônio Pereira do Amaral, que se tornara um homem rico, morreu e deixou seus bens para a irmã, que os distribuiu aos pobres e também com eles construiu uma capela para Maria.
Sentindo-se vocacionada a dar sua vida à caridade aos demais, mostrando a eles o carinho de Deus, Nhá Chica optou por uma vida de profunda intimidade com Deus através da oração e do serviço caritativo ao próximo.
Ela se tornou um referencial para todos os aflitos que a procuravam, sabendo de sua intimidade com a Virgem Maria, para pedir sua intercessão em casos muito difíceis. Nhá Chica respondia nada atribuindo à sua pessoa, mas dizendo que iria falar com “Minha Sinhá”. E ao receber o agradecimento pela graça alcançada, ela dizia: “Eu peço a Nossa Senhora, que me escuta e responde.”Outro grande dom que Nhá Chica recebeu foi ser grande conselheira. Viveu orientando as pessoas que a procuravam e apontava o caminho que levava à felicidade, ainda nesta vida.
Sua vida se distinguiu pelo amor a Jesus, grande devoção a Nossa Senhora, amor à Igreja, ao Papa, aos bispos e aos sacerdotes, profundo carinho pelos idosos, caridade extrema para com os pobres e respeito pela natureza.
Ser devoto de Nhá Chica significa imitá-la em seus atos de fé, de esperança e de caridade. Devemos nos alegrar não por essa nova Beata da Igreja ser mineira ou brasileira, mas porque ela soube, apesar de todos os limites que a vida lhe proporcionou, colocar sua confiança apenas em Deus.
Ela transformou inteligência, capacidade de aconselhar, solidariedade, recursos financeiros e saúde, enfim, todos os seus bens, em bens divinos, ao colocá-los todos a serviço do Evangelho de Jesus Cristo, especialmente ao mandato: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei!”
Quando estivermos em situações difíceis e quisermos a ajuda de Nhá Chica, bastará pedir a essa nossa irmã aquilo de que precisamos. Certamente ela levará nossas aflições à nossa Mãe, que a ouvirá e levará nossas angústias a Nosso Senhor.Retribuiremos o dom recebido abrindo nosso coração e nossos recursos – mesmo poucos – ao irmão mais necessitado do que nós; afinal, entramos no circuito do Amor. (CAS)
Cidade do Vaticano (RV) - Quando alguém se entrega a Deus e vive plenamente essa entrega, não só é feliz, plenamente feliz, mas partilha...