O que é a possessão diabólica?


Além das tentações, a Sagrada Escritura, a Tradição da Igreja e o seu Sagrado Magistério falam da possessão diabólica. É uma situação em que o demônio se serve do corpo da pessoa, falando por meio dele e levando´a a blasfemar com ódio contra Deus e seus santos, em atitude compulsiva, sem que o possesso possa resistir.
Neste caso, a pessoa fica isenta de pecado, pois não está no uso pleno da sua razão. As razões pelas quais uma pessoa possa ser dominada a tal ponto pelo demônio, não são muito claras, mas certamente pode ser causada por uma vida de pecado, vivências esotéricas, falta dos sacramentos, especialmente do batismo, e outras razões. Mesmo crianças inocentes já foram encontradas possessas. Os Evangelhos afirmam que Jesus encontrou possessos e os exorcisou. O que Jesus realizou não foi uma farsa teatral, apenas para se adaptar a uma crença errônea dos judeus (eles acreditavam no demônio e na possessão). Se fosse uma crença errônea dos judeus, Jesus não a teria confirmado de modo algum; logo, se a confirmou, é porque é uma realidade possível.
Ele não pode mentir, pois nos disse: “Para isto nasci e vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 19,37). A Igreja admite a possibilidade da possessão, tanto assim que, recentemente, atualizou o ritual do exorcismo, e não o prescreveu. O Catecismo da Igreja ao falar do exorcismo afirma: “Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto sejam protegidos contra a influência do maligno e subtraídos a seu domínio, fala´se em exorcismo. Jesus o praticou (Mc 1, 25s) e é dele que a Igreja recebeu o poder e o encargo de exorcizar (cf. Mc 3, 15; 6, 7.13; 16, 17).

Sob uma forma simples, o exorcismo é praticado durante o Batismo. O exorcismo solene, chamado “grande exorcismo”, só pode ser praticado por um sacerdote, com a permissão do Bispo. Nele é necessário proceder com prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja. O exorcismo visa expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isto pela autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja. Bem diferente é o caso de doenças, sobretudo psíquicas, cujo tratamento depende da ciência médica. É importante, pois, assegurar´se, antes de praticar o exorcismo, se se trata de uma presença do malígno ou de uma doença (cf. Código Dir. Can., cân. 1172).” ( cf. Catecismo §1673) O progresso da medicina e da psicologia ensinam que muitos dos sintomas outrora atribuídos ao demônio, podem ter a sua causa em efeitos patológicos, nervosos, ou mesmo parapsicológicos.

Por isso, a Igreja exige que haja um discernimento muito sério antes de se praticar o ritual do exorcismo, que deve ser autorizado pelo Bispo, incumbindo um sacerdote preparado para realizá´lo. No final deste capítulo publicamos uma norma da Sagrada Congregação da Fé sobre o exorcismo.


Por Felipe Aquino

You Might Also Like

0 comentários

Popular Posts